08 março, 2015

MULHERES: Um ensaio sobre o cromossomo X e o dia internacional da mulher.

Bem, até a décima semana de gestação todos nós passamos pela experiência de pertencer ao sexo feminino.

Nesse período nossos órgãos genitais tem a mesma estrutura... após isso cada cromossomo irá iniciar seu desenvolvimento de acordo com sua carga genética...
Nossa primeira jornada nesse mundo acontece dentro de um útero e ali será nossa primeira morada, onde estaremos seguros e nutridos por mais ou menos 40 semanas.
Nutridos, seguros, em desenvolvimento não sabemos o que nos aguarda do lado de fora, e quando dali saímos são recebidos com todas expectativas imagináveis e inimagináveis...

Do lado de fora, já estão decidindo as cores de nossas roupas, o nome pelo qual seremos chamados, o sobrenome que teremos, onde iremos dormir, qual será nossa religião, qual será nossa alimentação, escola onde estudaremos... parte na herança, time de futebol etc...
Com isso também há as expectativas de relacionamento e comportamento. Se menino, brincará de carrinho e de futebol, usará bermuda e camiseta e seu quarto provavelmente será azul. Seu cabelo deverá ser curto e ele deverá ter comportamentos mais agitados, impositivos. Quando crescer, deverá gostar de meninas e querer se relacionar com elas. Às vezes se acontecer dele peidar e arrotar no meio do almoço da família, ninguém irá reprimi-lo.
Se menina, ela brincará de boneca e de casinha. Usará saia e vestidos, de preferência cor de rosa, assim como essa provavelmente será a cor de seu quarto. Seu cabelo deverá ser comprido e ela deverá ter comportamentos mais dóceis, delicados e quando crescer deverá gostar de meninos e querer se relacionar com eles. Ela não poderá NUNCA peidar e arrotar num almoço de família, porque ela será imediatamente repreendida.

Assim à medida em que vamos nos desenvolvendo descobrimos que há um mundo de expectativas sobre nós... e esse mundo nos colocará para ocuparmos papéis diferentes na sociedade.
Vão atribuindo às mulheres as tarefas mais domésticas e organizacionais. E aos homens as tarefas públicas e de negócios... e mesmo que os dois desempenhem o mesmo trabalho social, espera-se que a mulher cuide da casa, das crianças, do homem, dos familiares e se sobrar tempo dela mesma.
O que há de tão diferente entre os sexos que permite essa desigualdade?
Nós, seres humanos temos sim diferenças físicas, biológicas, comportamentais, culturais, mas o que justifica nos tratarmos com desigualdade?
O que justifica ainda tantos casos de violência contra as mulheres? Tantas ocorrências de abuso sexual? O que justifica eu ter que andar preocupada na rua pela noite pois o fato de ser mulher me faz correr risco... porque motivo eu sou  um alvo sexual?
O que justifica eu ter que ficar calada se a relação sexual com meu parceiro não me agrada? Por que nos ensinam a aceitar uma condição da qual não nos sentimos satisfeitas, apenas para agradar o outro? Por que não ensinam o outro a nos agradar também?
O que justifica a maioria dos cargos públicos, dos representantes do poder serem ocupados majoritariamente por homens?
O que justifica tanta exposição do nosso corpo nas mídias como se fossemos apenas bundas e peitos desconexos de um todo?

Eu já senti de diferentes formas esse dia 08 de março.
Ele ainda é um dia de muita luta para nós mulheres. Mas não pode ser apenas para nós do cromossomo X. Ele precisa ser de todos nós. Não devemos nos afastar, homens de um lado e mulheres de outro. Precisamos do diálogo, do encontro.
As diferenças não podem permitir nos menosprezar. Por muito tempo as mulheres não puderam expressar seus sentimentos, suas ideias... isso nos levou à muitas doenças, depressões e histerias... não é esse o lugar que queremos ocupar... isso é uma grade da qual já conseguimos nos libertar, não queiram nos aprisionar novamente dentro delas, considerem nossa trajetória de luta, de direitos.
Ocupamos sim, os mesmos espaços sociais! Todos nós queremos ter nossas vozes! Não iremos mais nos calar. Uma mulher feminista não é um ser que odeia os homens. Ser feminista é entender a trajetória histórica das mulheres, é ocupar seu espaço, é assumir suas escolhas e acima de tudo querer sanar as desigualdades de gênero na sociedade para vivermos num mundo sem violências, sem humilhações, onde haja horizontalidade nas relações.

NEM MELHORES, NEM PIORES. DIFERENTES.

A vida só existe quando nos unimos, quando nos relacionamos, afinal foi preciso uma célula feminina e uma masculina para estarmos aqui.
O melhor presente para se dar à uma mulher é não fazer com que a vida seja um fardo para ela. É respeitá-la por ela ser quem ela é. Ela não é uma capa de revista, ela é uma mulher real, sem foto shop.
E você amiga mulher o melhor presente para seu dia... é orgulhar-se de ser quem você é, pois só quem nasce mulher sabe os obstáculos que vencemos todos os dias... por isso ande de cabeça erguida, ser do sexo feminino é habitar um corpo sagrado. Se ame, se cuide, e acredite em você!

Por um mundo de diálogo e respeito.





16 fevereiro, 2015

Olhares...

Saga Tiba...

Caminhada. Caminhos...

Humanidade. Humanos...

Serenidade. Serenos...

Criatividade. Criações...

Passionalidade. Paixões...

Racionalidade. Razões...

Internalidade. Internalizações...

Expressividade. Expressões...

Olhares... o meu e o seu...

07 outubro, 2013

Antídoto passional


Drummond também passou pelo que eu estou passando agora, sobre isso ele disse:

“quando eu nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser gauche na vida” [...]

Ele o intitulou de Poema de Sete Faces, porque na verdade é o que somos, não somos uma só pessoa... somos várias...

Sentimos raiva, inveja e indisposição,
Sentimos amor, desejo e compaixão,
Sentimos frio, mas sentimos calor também.
Sentimos dor e tristeza, mas alegria e alívio também!
Sentimos.
Sentimos muito...
Sentimos pouco...

Às vezes parece que a gente não sente direito o que quer e o sentimento fica assim meio avesso, meio atravessado, engolido pelo meio.

A gente finge que ele passou, mas volta e meia ele azia novamente...

Essa é uma das nossas faces... a face que sofre, porque algo ou alguém nos fez mal em algum momento e aquilo não cicatrizou... você sabe que não fez o que tinha de ser feito e por isso há ferida, você não fez o que sentiu que deveria ter feito.

Não fez sabe lá por quais razões, mas esse foi o mal... você seguiu a razão... não seguiu o sentimento, não passionou – peço licença à Língua para criar esse termo!

Mas é isso, a gente também precisa passionar! Deixar-se ser quem se é... sem medo de ser julgado ou de se julgar.

A gente racionaliza pra ficar bonito na foto, para depois postar no face... essa não é a nossa única face, esse não é o nosso único face... algumas de nossas faces não terá tantas curtidas nem sequer um compartilhamento... mas é real!

Claro que podemos ter as demais, não há mal algum querer parecer feliz... mas antes disso precisamos aprender a ser feliz conosco mesmo, com aquilo que temos dentro de nós e que vez ou outra é preciso por para fora para não esperar que um dia ele volte e te dê azia...

Eu não quero mais deixar os lugares por onde passei sem a minha cerimônia, como eu desejei, e não como disseram para que eu fizesse.

Às vezes a gente mata nossos desejos porque alguém falou que eles são tolos. Eu digo, são meus! Eu sinto!

Estou aprendendo a curar minhas feridas com os bálsamos que eu mesma criei, pois se sabemos criar nosso próprio veneno que também criemos o antídoto.

Essa face eu ainda estou descobrindo...

12 agosto, 2013

Amanhã ou depois de amanhã...

Estou me sentindo como um trecho da canção do Milton: "Alvoroço em meu coração... amanhã ou depois de amanhã... resistindo na boca da noite um gosto de Sol..."
Pois assim como ele, sei que nada será como antes, amanhã!

Sei que o que vivi até ontem me ajudou a chegar ao lugar que estou hoje, e que o que vivo hoje me ajudará a construir meu lugar de amanhã.
O tempo todo nos desconstruímos, construímos e reconstruímos. Como numa grande faxina, onde de tempos em tempos olhamos para as coisas que temos e escolhemos com as quais queremos continuar e quais queremos ou muitas vezes precisamos desapegar.
O desapego parece clichê, mas nos faz alcançar o mais pleno em nós!
Faz com que encontremos dentro da gente a essência vitalizante! Aquilo que realmente nos move e nos faz continuar acreditando na magia de viver!
Às vezes abrimos mão de algumas coisas, materiais e imateriais, e depois nos damos conta de que precisavamos ultrapassar isso para enxergar o verdadeiro significado daquilo que vivemos.
A felicidade está no trilhar o caminho, não é um ponto de chegada...
A felicidade está em nós, sempre esteve!
Que ela permaneça! Basta acender a luz!

09 julho, 2013

Return to inocence...

como a primeira vez...

como o primeiro choro,
como o primeiro grito,
como o primeiro susto,
como o primeiro beijo...

como a primeira festa,
como a primeira dança,
como a primeira transa,
como a primeira frustração...

como são os sentimentos... únicos e intensos...
como são as percepções... fortes e sensíveis...

como são as pessoas... ímpares, logo incomparáveis...
e aqui fico como se tudo estivesse acontecendo pela primeira vez...

Amar é uma intensidade muito louca...

Return to inocence...

30 maio, 2013

Desatualizado

Passado um tempo, você retorna à sua página de registros emocionais...

Percebe-se um tanto desatualizado, mas nem tanto...

Como pode algumas sensações ainda serem tão atuais...

Crises eternas... A saga também!

28 agosto, 2012

Sei lá, quem sabe?

Tem esses momentos em que tudo é meio assim, sei lá...

Tudo pelo meio...
Tudo é meio...
A metade de tudo, quanto é?
Porque falar de tudo é muito... então tá!
Falamos do que?
Falamos dessas coisas assim que a gente demora para internalizar...

Às vezes as coisas voam, flutuam, fluem, vão...
Às vezes as coisas pesam, sobrecarregam, empacam, ficam.

Por que somos o que somos e não só o que desejamos?
Por que desejamos o que não somos e como saber se seremos?
Como dar corpo para os desejos?
Como dar sensatez à emoção?

Como encarná-los?
Como encará-los?

Corpo, mente, alma, espírito... sei lá, quem sabe?