Drummond também passou pelo que eu estou passando agora,
sobre isso ele disse:
“quando eu nasci, um
anjo torto
Desses que vivem na
sombra
Disse: Vai Carlos! Ser
gauche na vida” [...]
Ele o intitulou de Poema
de Sete Faces, porque na verdade é o que somos, não somos uma só pessoa...
somos várias...
Sentimos raiva, inveja e indisposição,
Sentimos amor, desejo e compaixão,
Sentimos frio, mas sentimos calor também.
Sentimos dor e tristeza, mas alegria e alívio também!
Sentimos.
Sentimos muito...
Sentimos pouco...
Às vezes parece que a gente não sente direito o que quer e o
sentimento fica assim meio avesso, meio atravessado, engolido pelo meio.
A gente finge que ele passou, mas volta e meia ele azia
novamente...
Essa é uma das nossas faces... a face que sofre, porque algo
ou alguém nos fez mal em algum momento e aquilo não cicatrizou... você sabe que
não fez o que tinha de ser feito e por isso há ferida, você não fez o que
sentiu que deveria ter feito.
Não fez sabe lá por quais razões, mas esse foi o mal... você
seguiu a razão... não seguiu o sentimento, não passionou – peço licença à
Língua para criar esse termo!
Mas é isso, a gente também precisa passionar! Deixar-se ser
quem se é... sem medo de ser julgado ou de se julgar.
A gente racionaliza pra ficar bonito na foto, para depois
postar no face... essa não é a nossa única face, esse não é o nosso único face... algumas de nossas faces não terá
tantas curtidas nem sequer um compartilhamento... mas é real!
Claro que podemos ter as demais, não há mal algum querer
parecer feliz... mas antes disso precisamos aprender a ser feliz conosco mesmo,
com aquilo que temos dentro de nós e que vez ou outra é preciso por para fora
para não esperar que um dia ele volte e te dê azia...
Eu não quero mais deixar os lugares por onde passei sem a
minha cerimônia, como eu desejei, e não como disseram para que eu fizesse.
Às vezes a gente mata nossos desejos porque alguém falou que
eles são tolos. Eu digo, são meus! Eu sinto!
Estou aprendendo a curar minhas feridas com os bálsamos que
eu mesma criei, pois se sabemos criar nosso próprio veneno que também criemos o
antídoto.
Essa face eu ainda estou descobrindo...