07 outubro, 2013

Antídoto passional


Drummond também passou pelo que eu estou passando agora, sobre isso ele disse:

“quando eu nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser gauche na vida” [...]

Ele o intitulou de Poema de Sete Faces, porque na verdade é o que somos, não somos uma só pessoa... somos várias...

Sentimos raiva, inveja e indisposição,
Sentimos amor, desejo e compaixão,
Sentimos frio, mas sentimos calor também.
Sentimos dor e tristeza, mas alegria e alívio também!
Sentimos.
Sentimos muito...
Sentimos pouco...

Às vezes parece que a gente não sente direito o que quer e o sentimento fica assim meio avesso, meio atravessado, engolido pelo meio.

A gente finge que ele passou, mas volta e meia ele azia novamente...

Essa é uma das nossas faces... a face que sofre, porque algo ou alguém nos fez mal em algum momento e aquilo não cicatrizou... você sabe que não fez o que tinha de ser feito e por isso há ferida, você não fez o que sentiu que deveria ter feito.

Não fez sabe lá por quais razões, mas esse foi o mal... você seguiu a razão... não seguiu o sentimento, não passionou – peço licença à Língua para criar esse termo!

Mas é isso, a gente também precisa passionar! Deixar-se ser quem se é... sem medo de ser julgado ou de se julgar.

A gente racionaliza pra ficar bonito na foto, para depois postar no face... essa não é a nossa única face, esse não é o nosso único face... algumas de nossas faces não terá tantas curtidas nem sequer um compartilhamento... mas é real!

Claro que podemos ter as demais, não há mal algum querer parecer feliz... mas antes disso precisamos aprender a ser feliz conosco mesmo, com aquilo que temos dentro de nós e que vez ou outra é preciso por para fora para não esperar que um dia ele volte e te dê azia...

Eu não quero mais deixar os lugares por onde passei sem a minha cerimônia, como eu desejei, e não como disseram para que eu fizesse.

Às vezes a gente mata nossos desejos porque alguém falou que eles são tolos. Eu digo, são meus! Eu sinto!

Estou aprendendo a curar minhas feridas com os bálsamos que eu mesma criei, pois se sabemos criar nosso próprio veneno que também criemos o antídoto.

Essa face eu ainda estou descobrindo...