04 maio, 2009

tenho medo

tenho medo de me sentir indiferente quanto às desgraças do mundo...

tenho medo de encarar tudo como natural e perder o vigor para lutar...

tenho medo de arriscar o novo apenas para não se desapegar do estável...

Tenho medo de ter medo de sorrir para as pessoas e de expressar meus sentimentos...

tenho medo de um ser que por incrível que pareça é da mesma espécie que eu.

tenho medo de uma vida que nem sei como veio parar até mim

mas mesmo com esse sentimento continuamos vivendo a espera

a espera de um corpo quente que te abrace com sinceridade...

a espera de um olhar de conforto quando teus olhos enchem de lágrima...

a espera de uma voz amiga te ajudando a dar as coordenadas

a espera de um sentido que valha teus planos elaborados...

mas enquanto se espera existem milhares de coisas que passam...

várias passam sem retorno, entrando para o plano memorável...

várias passam e se tornam constantes e passam para o plano habitual...

fica no peito uma ponte, que nos liga até esses sentidos que buscamos fora de nós mesmos...

não somos completos, precisamos de afeto, de calor, de sensação...

precisamos de paz, de agonia e de paixão.


espero por dias de glória há muitos dias já... talvez eu não perceba a glória que já estou vivendo...

enquanto espero, tantas coisas passaram, tantas outras virão...

mas ainda assim, meu maior medo é não sentir mais que me abalo pelas questões...

tenho medo de achar que nada mais me afeta e que sou uma pedra de construção.

tenho medo de esperar pelo pior sendo que sei o quanto frágil está meu espírito.

sendo que sei o quanto preciso das pessoas para meu convívio...

o maior medo é a solidão.

é achar que nada mais importa e que ninguém mais se importa...

é achar que mesmo num mundo com milhões de habitantes você pensa que nada mais faz sentido.

você pensa. você dá o sentido.

você sente. você faz o caminho.

você vive. você está.

você É!

mas só NÓS seremos!