05 abril, 2010

Quero falar de uma coisa, adivinha onde ela anda?

Não tenho mais coração de estudante, e não quero desmerecer Milton Nascimento, pois é um dos poucos artistas (conhecidos) brasileiros que merecem respeito...

Mas tampouco consigo a não-comunicação. Ainda insisto em expor meus sentimentos, talvez seja uma das poucas coisas que ainda tenho vontade em realizar numa sociedade tão mesquinha, hipócrita e miserável.

Eu quero falar de uma coisa que ainda não tem uma única definição em escala global, mas cada um saberá ao certo como identificá-la.

Existe uma pergunta que ainda não consigo acomodá-la: Como pode um ser vivo dotado de tantas faculdades mentais cometer tantos danos e malefícios ao próprio ambiente no qual se cria, nutre, reproduz, sobrevive e perpetua a espécie. Um mesmo ser que nem sequer tem respeito com os seus próprios pares, quanto mais com os que não apresentam as mesmas capacidades.
Isso não é indagação e nem indignação.
Essas fases já foram por mim superadas.
O que busco agora é algo para além da revolta e do questionamento do como pode?
Não sei como pode, mas é assim que é.
E é isso que dói, e é dessa coisa que preciso falar.

Essa COISA que se tornou nossas vidas, nossas histórias e nossas perspectivas.
Essa COISA que nos tira o sono por ter tantas contas, tantos descontos e tanto descaso.
Essa COISA que aperta nosso peito e nos faz termos vergonha do mundo que vivemos.
Essa COISA em que transformaram nossos valores, nossa dignidade e nosso respeito.

TUDO PODE SER CONSUMIDO.
TUDO PODE SER TROCADO.
TUDO PODE SER USADO.

Valores ecônomicos em todas esferas de nossas vidas. Principalmente em nossos relacionamentos.
Vergonhosamente eu quero registrar essa história, esse sentimento que a atual sociedade tecnocrata, burocrata e burguesa vem transformando a cada momento, e na qual infelizmente eu estou incluida.

Isso não é nosso mundo. Essa não deve ser nossa vida.
Isso não merece ser acomodado. Isso merece ser transformado.
Queria mandar essa COISA para o inferno, mas tenho pena do diabo.